GeoGebra e o Ensino da Matemática: Potencialidades das Tecnologias Digitais na Educação: GeoGebra, tecnologias digitais de informação e comunicação, ensino de Matemática, inequações, aprendizagem ativa
GeoGebra e o Ensino da Matemática: Potencialidades das Tecnologias Digitais na Educação: GeoGebra, tecnologias digitais de informação e comunicação, ensino de Matemática, inequações, aprendizagem ativa
GeoGebra e o Ensino da Matemática: Potencialidades das Tecnologias Digitais na Educação Palavras-chave: GeoGebra, tecnologias digitais de informação e comunicação, ensino de Matemática, inequações, aprendizagem ativa.
O avanço das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC) tem transformado significativamente o cenário educacional. No contexto do ensino da Matemática, essas ferramentas oferecem novas possibilidades para a construção do conhecimento, estimulando o raciocínio lógico, a criatividade e a autonomia dos estudantes. Conforme destacam Denadai et al. (2012, p. 1), a versatilidade e potencialidade das tecnologias contribuem para repensar como ensinar Matemática, disponibilizando diversas possibilidades para os alunos experimentarem e compreenderem conceitos matemáticos de forma mais significativa.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) também enfatiza a importância das tecnologias digitais, indicando que uma das competências gerais da Educação Básica é o uso crítico, significativo e ético das TDIC (Brasil, 2018). Isso inclui não apenas a habilidade de acessar e disseminar informações, mas também a capacidade de produzir conhecimento, resolver problemas e exercer protagonismo pessoal e coletivo.
No âmbito do ensino de Matemática, o GeoGebra se destaca como uma ferramenta poderosa. Este software livre e multiplataforma combina geometria, álgebra, tabelas, gráficos e estatística, possibilitando construções dinâmicas e experimentações variadas, o que amplia a compreensão dos conteúdos e incentiva o desenvolvimento do pensamento matemático.
O uso de TDIC no ambiente escolar não se limita à substituição do quadro negro ou do livro didático; ele propõe uma reorganização da prática pedagógica. De acordo com Miskulin (2003, p. 219), as tecnologias educacionais devem ser orientadas para o desenvolvimento de uma inteligência crítica, mais livre e criadora. Essa abordagem permite que os alunos não apenas memorizem fórmulas ou procedimentos, mas explorem conceitos matemáticos, realizem experimentações e construam significados próprios.
Entretanto, é importante ressaltar que a tecnologia, sozinha, não garante aprendizagem. Basso e Notare (2015) afirmam que os recursos digitais devem ser utilizados de forma planejada e organizada pelos docentes, garantindo que contribuam efetivamente para o desenvolvimento do pensamento matemático. Quando bem aplicadas, as TDIC permitem que conceitos ainda abstratos, como as inequações no plano, sejam visualizados, manipulados e compreendidos de maneira mais concreta.
Barboza (2015, p. 37) complementa que o uso de softwares em sala de aula cria um ambiente de aprendizagem diferenciado, estimulando atitudes como cooperação, imaginação, integração e raciocínio. Além disso, seu uso contínuo contribui para a autonomia do estudante, funcionando como ferramenta de verificação e consolidação do aprendizado, melhorando a autoestima e incentivando a prática investigativa.
Dentre os diversos softwares educacionais disponíveis, o GeoGebra se destaca por sua flexibilidade e recursos integrados. Segundo Merlo e Assis (2010, p. 12), softwares como o GeoGebra têm o potencial de revolucionar o processo de ensino-aprendizagem, tornando a informática uma alternativa viável para a educação matemática.
O GeoGebra oferece ferramentas que permitem trabalhar geometria dinâmica, álgebra, gráficos e estatísticas, em uma interface intuitiva e acessível. Segundo Gerônimo, Barros e Franco (2010), uma das principais vantagens do software é a possibilidade de construir objetos matemáticos dinamicamente, permitindo que o usuário explore diversas configurações e realize experimentações com diferentes parâmetros.
Essa característica é particularmente relevante no ensino de inequações, onde a representação gráfica é fundamental para a compreensão. Com o GeoGebra, é possível visualizar a região do plano que satisfaz a inequação, observar a relação entre as variáveis e compreender como mudanças nos coeficientes afetam o gráfico. Isso contribui para que os alunos desenvolvam uma compreensão mais profunda e intuitiva do conceito, em vez de depender apenas de cálculos algébricos.
O ensino de inequações no plano apresenta desafios significativos, especialmente porque envolve interpretação gráfica e relações entre variáveis. Tradicionalmente, muitos alunos têm dificuldade em visualizar essas relações de forma abstrata, o que compromete a aprendizagem. O GeoGebra oferece recursos que permitem criar atividades interativas, nas quais os alunos podem:
Essas possibilidades permitem que o ensino de inequações seja mais dinâmico e participativo, incentivando a investigação e o raciocínio crítico. Os alunos deixam de ser meros receptores de conhecimento e passam a atuar como exploradores ativos do conteúdo matemático, desenvolvendo autonomia e protagonismo no processo de aprendizagem.
Diversos estudos destacam os impactos positivos do uso do GeoGebra no ensino de Matemática. Entre os principais benefícios, podemos citar:
Além disso, o uso do GeoGebra contribui para a formação de competências digitais, preparando os alunos para lidar com tecnologias de forma crítica e ética, conforme preconiza a BNCC.
Apesar das potencialidades, é essencial que o uso do GeoGebra seja integrado a um planejamento pedagógico consistente. Os docentes devem definir objetivos claros, selecionar atividades adequadas e orientar os alunos na exploração dos recursos digitais. Sem esse planejamento, o software pode se tornar apenas uma ferramenta de entretenimento, sem impacto significativo na aprendizagem.
Outro desafio é a capacitação docente. Muitos professores ainda têm dificuldades em utilizar plenamente os recursos tecnológicos, o que exige formação continuada e incentivo à experimentação didática. É necessário que os educadores desenvolvam estratégias de mediação, garantindo que os alunos utilizem o GeoGebra de forma produtiva e significativa.
O uso do GeoGebra no ensino de Matemática representa uma oportunidade valiosa para transformar a aprendizagem, tornando-a mais dinâmica, interativa e significativa. Ao combinar recursos de geometria, álgebra e estatística, o software permite que os alunos visualizem conceitos abstratos, explorem inequações de forma prática e desenvolvam habilidades de raciocínio crítico e autonomia.
No contexto educacional atual, em que as TDIC são cada vez mais valorizadas, o GeoGebra se configura como uma ferramenta estratégica para o ensino de Matemática, capaz de motivar os estudantes, facilitar a compreensão de conceitos complexos e integrar diferentes formas de representação matemática. Contudo, é fundamental que seu uso seja planejado, orientado e acompanhado por docentes capacitados, garantindo que os benefícios sejam plenamente aproveitados.
Em suma, o GeoGebra não apenas apóia o ensino tradicional, mas também contribui para uma aprendizagem ativa, significativa e reflexiva, preparando os alunos para enfrentar desafios matemáticos de forma crítica e criativa.
Referencias
Andrade, R. C. D., Guerra, R. B., & Silva, F. H. (2006). Aprendizagem significativa da geometria analítica e vetores. In Anais do Simpósio Internacional de Educação Matemática (pp. 1–12). Recife: Universidade Federal de Pernambuco.
Barboza, É. V. (2015). Geometria, artes e tecnologia na escola em favor do processo de ensino-aprendizagem (Dissertação de mestrado). Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Recuperado de https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/26555/26555.PDF
Basso, M., & Notare, M. R. (2015). Pensar com tecnologias digitais de matemática dinâmica. Renote: Revista Novas Tecnologias na Educação, 13(2). https://doi.org/10.22456/1679-1916.61432
Beltrão, R. C. (2010). Dificuldades dos alunos para resolver problemas com inequações. Revemat: Revista Eletrônica de Educação Matemática, 5(1), 84–95. https://doi.org/10.5007/1981-1322.2010v5n1p84
Brasil. (2018). Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: Ministério da Educação. Recuperado de http://basenacionalcomum.mec.gov.br/a-base